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Para o sector Figueira da Foz- Nazaré foram determinadas linhas de costa históricas para os seguintes anos: 1947, 1958, 1973, 1980, 1982, 1988, 2004-06, 2010, 2015.
Foram usadas fotos aéreas/ortofotos dos vôos RAF (1947), USAF (1958), CiGEO (1973), FAP (1980), DGT (1982), DGT (1998), DGT (2004), DGT (2010), DGT (2015) cedidos pela Direção Geral do Território e pelo Centro de Informação Geoespacial do Exército. As fotos aéreas foram digitalizadas a 2400 dpi usando um scanner EPSON V850Pro.
Depois de digitalizadas, procedeu-se à elaboração de mosaicos, com recurso ao software de imagem Adobe Photoshop CS6, com o objetivo de facilitar o processo de georreferenciação, dado que ao fazê-los, se evita a marcação, em duplicado, dos pontos de controle da georreferenciação na área de sobreposição entre duas fotos aéreas consecutivas. Adicionalmente, dado que a marcação de pontos na imagem digitalizada conduz a incertezas de magnitude semelhante à precisão do ortofotomapa, a utilização de mosaicos, diminui os erros de georreferenciação.
O processo de georreferenciação foi feito usando o software da ESRI, ArcMap, do ArcGIS Desktop 10.6.1, tendo como base de referência o ortofotomapa de 2015 (o mais recente à data de elaboração do trabalho). Dado que o objetivo foi a digitalização da linha de costa, este processo teve maior enfoque na zona junto à linha de costa, dedicando-se uma maior concentração de links junto da mesma. Os links de georreferenciação foram marcados usando o ajuste contínuo das imagens através do método de interpolação Spline, preferencialmente com um zoom, à escala da ordem dos 1: 400, 1:600 ou, no máximo, 1:800. O método de interpolação utilizado na georreferenciação das fotografias e mosaicos foi igualmente o Spline.
Uma vez que o método usado para interpolação tem um RMS igual a zero, o erro de retificação foi estimado usando no mínimo 35 pontos de controle, distribuídos aleatoriamente ao longo dos mosaicos de cada voo. O erro de rectificação corresponde assim ao valor médio do erro medido em todos os pontos de controle, para cada voo.
Sendo o objetivo fornecer dados quantitativos da variabilidade natural da linha de costa a longo prazo (68 anos), com alta resolução, foi usada a linha do sopé da duna frontal, como marcador de posição da linha de costa de forma a excluir as variações de curto (marés) ou médio prazo (variações sazonais). Nos sectores com dunas em erosão, a posição da linha de costa foi marcada usando o limite da base da escarpa de erosão.
A marcação da linha de costa foi suavizada e marcada preferencialmente à escala máxima 1:800, para melhor identificar o limite externo da zona dunar. As interrupções na linha de vegetação inferiores a cerca de 150 m não foram consideradas, mantendo-se neste caso, a continuidade da linha dos segmentos adjacentes. No caso de haver povoações ou grandes infraestruturas que tenham impedido o desenvolvimento do campo dunar, considerou-se igualmente a continuidade da linha dos segmentos adjacentes à interrupção.
A linha de costa foi marcada por dois operadores diferentes usando os mesmos critérios, de forma a ser possível determinar o erro associado ao operador. O cálculo da linha de costa final corresponde à linha média calculada entre os dois operadores. |